Mais de metade das startups financeiras portuguesas estão sediadas em Lisboa, 19% escolheu outros países da Europa e 18% está no Porto. Investidores apontam localização das sedes como um obstáculo.
O Top 30 das startups de tecnologia financeira (fintech) portuguesas soma, num todo, mais de 275 milhões de euros de investimento. Esta é uma das conclusões que constam do Portugal Fintech Report 2020, o relatório sobre o ecossistema fintech que foi apresentado na manhã desta quinta-feira pela Associação Portugal Fintech.
Aquelas que atuam nas áreas de Pagamentos e transferências, “Seguros” e “Criptomoeda” foram as que reuniram mais financiamento, segundo o mesmo relatório. Em média, 30% deste capital veio de investidores internacionais e 43% destas startups estão ainda numa fase muito inicial, de investimento seed.
Só no primeiro semestre deste ano, o universo geral das startups portuguesas captou mais de 132 milhões de euros em cerca de 25 rondas de investimento.
“O ecossistema está a crescer e a prova disso são não só as empresas que estão a destacar-se pelos seus resultados e no número de colaborações com players maduros, mas também pela qualidade de novas fintechs a nascer em Portugal e pelas internacionais que já olham para o nosso país como hub fintech onde querem estar”, explica João Freire de Andrade, fundador da Portugal Fintech.
Quando questionados sobre quais são os maiores obstáculos que estes fundadores encontram quando vão à procura de investimento, 54% referiu a capacidade para conseguirem escalar internacionalmente, 38% apontou o país em que se localizam as sedes das suas empresas e 8% acrescentou o talento como uma barreira.
Já em relação aos traços positivos apontados pelos investidores, 31% sinaliza o mercado, 29% diz ser o talento e 27% referiu a capacidade de execução.
Mais de metade das startups financeiras portuguesas (54%) estão sediadas em Lisboa, 18% está no Porto, 16% em Braga, 19% está noutros países europeus e 5% está nos EUA. A grande maioria (69) emprega até 20 pessoas.
“Hoje, mais do que nunca, devido à atual situação pandémica, a indústria está a abraçar o mundo digital e, portanto, acreditamos que a colaboração é a chave para levar o setor mais além. Numa altura em que as principais empresas do setor estão a reconhecer os novos métodos de pagamento como parte crucial na sua oferta, é importante que tenhamos a capacidade de continuar a adaptar-nos a este constante ambiente em transformação e ao desenvolvimento do setor”, refere Jana Lvova, responsável pelo departamento de tecnologia financeira da VISA, uma das empresas parceiras do relatório.
No Top 30 das fintech portuguesas encontram-se nomes como a Seedrs, a Drivit, a Keep Warranty, a Lovys, a Jscrambler, a Loqr, a Ydata, a DoutorFinanças, a Raize, a StudentFinance ou aGoParity. A Portugal Fintech destacou ainda sete fintechs nacionais emergentes: a Swood, a Lifin, a P4LPRO, a Finlayer, a Codinglibra, a ImpactMaket e a Revault.